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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Crônica do Nascimento Parte 1

Olá pessoal! 

Eu comecei a escrever essa crônica para minha mãe e meio que virou algo que gostei muito de fazer. 
 
Vou continuar postando. Espero que gostem!  

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Conheci Aguida Maria Alves Fontes no dia 1 de agosto de 1990, quero dizer, pessoalmente ente, pq a gente já se conhecia a um tempo, só que meio que virtualmente, um skype estranho chamado cordão umbilical. 

Vou contar como foi: Eu tava la numa boa no céu, fazendo nada, de bombeira e dai Deus vendo isso disse "não é bom que a Camila esteja atoa" e me mandou em uma super missão pra terra. 

Até aí tudo bem! Mas quando eu vi que quem seria minha mãe era ela, a digníssima Aguida... Rapaz, minhas pernas tremeram, quer dizer, asas! 

Minhas asas tremeram, eu senti que a responsabilidade era grande demais para meu caminhaozinho celeste... Mas Deus não quis me ouvir e disse "vai la e arrebenta" e lá eu fui. 

Eu fiquei tão empolgada em ser a filha da Dona Aguida, que me deu uns trem... Só sei que quem passou mal foi ela! E era quase todo dia! Vomito pra lá, vomito pra cá... Tinha hora que ela não agüentava sentir o cheiro de umas comidas e eu de outras! 

Minha vinda ao mundo era tão empolgante que eu queria provar de tudo! Até tijolo! 
Mãe é algo tão bom, que até isso ela fez por mim! Quer comer? Borá comer! 

 Aí... Ela foi minha primeira amiga. Ela falava comigo e eu escutava, não fazia muito sentido não, mas eu gostava de ouvir a voz dela.. Parecia a voz de Deus quando dizia que minhas asas estavam brilhantes...  
Aquecia o coração, fazia meu sangue correr depressa por minhas veias em formação... Acho que foi naquele período que tive minha primeira definição de amor.

Enfim, uma hora minha folga tinha que acabar, Deus já tinha sido claro que tinha me mandando ali pra trabalhar e não pra ficar ali no meio bom.

Fui mandado pra fora, nem vou fizer por onde pra não assustar as crianças... 

Mas ela, aí ela... Ela me puxou de volta, me botou no colo e charan!
Acho que ficou desapontada, nasci errado, menina e ainda por cima neguinha! 
(Vc tem que me perdoar, acontece que quando Deus me deu o catálogo, eu só fiz escolher a cor mais bonita)

Enfim! A decepção passou bem rápido, logo ela viu que eu era bonitinha, tinha nariz de borracha e que seríamos uma linda família juntas.

Não posso esquecer a melhor parte!! 
Ela me botou no colo e me deu um trem baum demais!! Era manjar de Deus líquido e pastoso! Com direito a duas fontes inesgotáveis. 

Aquele líquido era bom demais! A cada mamada eu me sentia mais forte, mais gorda, mais saudável... Eu já até conseguia ver a mulher linda que me tornaria! 

Ela tinha aquilo demais! Era tanto que ela até dava pros outros, eu diZia pra ela que ela devia congelar e guardar pra MIM aquele negócio para toda vida, mas ela não chegou a me entender. Na verdade, eu acho que cheguei com a língua trocada, pq eu não entendia nada que ela dizia também... Tive q aprender na manha. Deus não deixa nada fácil. 

E quando descobri que aquele trem era minha comida? Tipo, SÓ minha, até eu crescer? 

Eu fiquei muito feliz! Fiquei tão feliz que eu chorava de alegria O TEMPO TODO, podem perguntar pra ela, era O TEMPO TODO. Foi tanto, que tiveram que me levar no médico. Resultado: problema no ouvido. Chorei tanto que prejudiquei a mim mesma! 
 
Vamos parar de falar do leite pq ainda estou chateada com a tia que disse que eu estava ficando muito velha pra mamar "Vc já está ficando mocinha" alguém disse. 
Mas o q todo mudo sabe é que eu sou menina até hoje. 

Sabe o engraçado? 
Ela, a digníssima, me carregou por 7 meses, no começo eu era menor que uma semente qualquer, depois eu fique grande (Sério, ainda estou surpresa com a destreza de Deus ao me fazer, quem diria que aquele que me mandava rastear as nuvens fazia coisa bonita que nem eu...) e dai quando eu nasci, lembrando que eu não era mais minúscula, ela morria de medo de me quebrar! 

Rapaz! Agüentei 7 meses naquela bolsa que ela carregava pra la e pra ca e ia quebrar assim? Sem mais nem menos? 

Aí aí, foram dias felizes aqueles...
Qualquer dia conto mais. 
Agora bateu sono, quem sabe mais tarde? 

Até logo! 
Camila 

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